Publicado por: Secom, em: 19/04/17 às 13:38Indígenas da tribo Fulni-ô fazem palestra para alunos de escola municipal de Olinda
A ação fez parte de comemoração ao dia do Índio
Penas, rostos pintados, danças, flechas e poucas vestimentas. Essas características da figura dos índios estão nas mentes das pessoas como referências nos livros e histórias contadas, mas o povo indígena está presente em todo território brasileiro, inclusive nos grandes centros urbanos. A imagem mítica do índio foi desvendada no encontro que ocorreu nesta quarta-feira (19.04) entre os alunos da Escola Municipal José Mendes, localizada em Caixa D’Água, em Olinda, e os índios da tribo Fulni-ô, oriundas do município de Águas Belas, no Agreste do Estado. A atividade, programada entre a instituição e membros da Secretaria de Meio Ambiente de Olinda, foi realizada em comemoração ao Dia do Índio, na Mata do Passarinho.
Quem ministrou a palestra foi o índio Boró, que mora na Marim dos Caetés. Com cocar na cabeça, ele falou sobre a riqueza da cultura indígena e respondeu as perguntas dos alunos. As principais curiosidades da criançada foram saber se os índios comem e têm costumes como de outra pessoa. Sorrindo, como se soubesse que é uma indagação comumente e ao mesmo tempo tão leiga do estereótipo dos índios, Boró respondeu simples e educado: “Nós comemos o que vocês comem e fazemos as mesmas coisas, na verdade, vocês é que aprenderam com a gente”, disse.
Durante a atividade educativa, Boró ainda destacou algumas palavras usadas que vêm da cultura indígena, como Caxangá, nome dado a uma das principais avenidas do Recife, que significa grande lagoa. Já a vegetação caatinga representa mata pequena. A herança vai além das palavras e comidas e também dos costumes e modos de vida. “A cultura é passada de geração em geração e é muito grande”, ressaltou.
Além da palestra, os índios dançaram e expuseram trabalhos manuais como brincos, chaveiros, colares e outros produtos. A secretária executiva de Meio Ambiente, Silvânia Cabral, resumiu a atividade realizada. “Foi apresentada aqui a história viva do índio, nós todos aprendemos muito e os alunos ficaram encantados”.
Para a esposa de Boró, Seicili, que significa flor, o sentimento que sintetiza a história de luta do povo indígena é a força. “Nós preservamos a natureza e animais e fazemos trabalho com materiais recicláveis porque temos consciência do nosso papel”, enfatizou.
Atualmente há 14 tribos indígenas no Estado de Pernambuco e cerca de sete mil índios são da Fulni-ô.