Publicado por: Secom, em: 18/12/18 às 15:01Versos de cordel transformam estudantes de Olinda
Tema trabalhado em sala de aula defende o fim da violência
São nos versos da literatura de cordel que a Escola Mizael Montenegro Filho, em Bairro Novo, Olinda, vem buscando aproximar seus estudantes da cultura popular. A Secretaria de Educação, Esportes e Juventude da cidade tem apostado na estratégia e vem incentivando professores a propagar a técnica em outras unidades de ensino.
“Abro o nosso cordel pra um tema debater. Violência não é legal. Nunca devemos fazer. O amor ao próximo é o que devemos ter”. Para apresentar o resultado do cordel “O Respeito ao Próximo Sempre Devemos Ter”, com estes versos pequenos alunos cordelistas participaram nesta segunda-feira (17.12) de um momento de autógrafos e de declamação sobre a importância da convivência harmoniosa entre as pessoas.
Pelo segundo ano consecutivo, a professora, cordelista e gestora da Escola Mizael Montenegro Filho, Rivani Nazário realiza o projeto “Cordel nas Escolas”. Agora em 2018, de acordo com ela, o mote, “o Respeito ao Próximo Sempre Devemos Ter”, foi escolhido depois de observar uma agressividade espontânea em sala de aula. “Com a oficina os alunos aprenderam que todos os problemas da vida podem ser resolvidos sem agredir o próximo”, explica Nazário.
“Um colega, um amigo. Abraço com emoção. Eu não grito e nem xingo. Isso não é solução. No Caminho dessa vida tem que ter educação”. O cordel foi inserido na disciplina de português da Escola Mizael Montenegro Filho e permitiu que 25 estudantes, de 9 a 11 anos, aprendessem também sobre a cultura popular, métrica, xilogravura, rima, estrofe e poesia.
Para a dona Viviane Henrique, mãe de Eduardo Henrique, 11, o estudante passou a gostar mais da leitura, reduziu mais a timidez e ficou mais solto.
Em 2017, com o projeto “Cordel nas Escolas”, os estudantes trabalharam o tema bullying. “O respeito vem de dentro. Carregamos de verdade. Estendemos nossas mãos com solidariedade. Amizade é sempre tudo. Traz até felicidade”.
FIQUE POR DENTRO– Uma pesquisa global da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) com mais de 100 mil professores e diretores de escola do segundo ciclo do ensino fundamental e do ensino médio (alunos de 11 a 16 anos) põe o Brasil no topo de um ranking de violência em escolas. O levantamento é o mais importante do tipo e considera dados de 2013. Uma nova rodada está em elaboração e os resultados devem ser divulgados apenas em 2019. Na enquete da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), 12,5% dos professores no Brasil disseram ser vítimas de agressões verbais ou intimidação de alunos pelo menos uma vez por semana. Trata-se do índice mais alto entre os 34 países pesquisados – a média entre eles é de 34%. Depois do Brasil, vem a Estônia, com 11%, e a Austrália com 9,7%. Na Coreia do Sul, na Malásia e na Romênia, o índice é zero.