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Arte nas ideias e no corpo e a missão de ensinar na trajetória de educadora

Há 26 anos servidora, Adriana encanta nas poesias e artes plásticas

Publicado por: Secom, em: 18/03/19 às 8:22

Quatro tatuagens, não perceptíveis à primeira vista, dizem muito sobre a alma e os sonhos de uma coordenadora da rede de Ensino Municipal de Olinda. Quando criança falava pouco, mas adulta encontrou na arte uma forma de encantar com poesias e artes plásticas. Adriana Barbosa do Carmo entrou como professora há 26 anos e hoje acompanha o aprendizado das cerca de 350 crianças que estudam na Escola Santa Tereza, na localidade de mesmo nome. “Felicidade interna define a minha vida hoje”, comenta.

Marcadas na pele: a estrela; uma clave de sol; uma coroa, com as iniciais do nome; sintetizam paixões dela que nasceu há 49 anos na cidade de Limoeiro.  “Mas saí de lá com dois anos, morei no Recife e depois nos mudamos para Olinda”, explicou. O que representa o uso da primeira pessoa do plural é outro orgulho: a família. A quarta tatuagem é uma borboleta, simbolizando (re)começo. Dessa nova vida que está sendo contada aqui.

Foram 11 filhos que o pai, José do Carmo da Silva Filho, já falecido, e a mãe, Alice Barbosa da Silva, tiveram. Da infância, Adriana relembra que ele foi uma grande inspiração para os escritos dela. Todos os dias ele sentava no sofá após o trabalho e ouvia às 18h cantorias, impregnando cultura popular no cotidiano do lar.

Desde pequena, eles já identificavam nela o dom para lecionar. Aplicada, gostava de estudar e, embora tímida, de ser didática na forma de explicar as descobertas típicas de quem está conhecendo a vida. Mas os primeiros escritos só vieram bem depois. Em 1989, a primeira poesia. Enquanto ajudava uma irmã gestante que estava morando na cidade de Sobradinho.

De lá não parou mais, são centenas escritas,  com participação em 11 antologias. Destes livros, que reúnem textos curtos de vários autores, mais dois devem ser publicados neste primeiro semestre de 2019. “E estou também produzindo um livro só meu”, acrescenta, antes de explicar que sente facilidade maior em escrever do que na pintura de quadros.

O daltonismo, descoberto já adulta, e a visão de apenas um olho são desafios que ela supera e se traduz em mais força e talento nas obras que retratam, na maioria, sentimentos vividos por ela e representações da natureza.

Pérola Gravataense 2018, Referência Pernambucana 2019 e membro da Sociedade dos Poetas Vivos de Olinda desde 2013, vários reconhecimentos a professora já recebeu. Mais o maior de todos, que deixa a voz marcada, emocionada, está em outra fonte de inspiração. “Que me dá muita força e incentivo. Tenho muito orgulho deles e sei que eles também têm de mim”, pontua. Filhos e esposo são um capítulo à parte.

A estrela dela brilha forte quando lembra dos dois filhos, de 18 e 11 anos. A nota musical – ela também canta – reflete toda arte que nos últimos anos está fluindo. Obras que transmitem, quando apreciadas, a calmaria da maturidade, mas que seguem com a produção intensa e vigorosa de uma correnteza há muito represada.

A coroa com as iniciais vem do apelido carinhoso dado pelo segundo marido. Se ela é uma rainha, o rei seria ele. Mas na prática ganham todos por serem súditos de uma bela expressão de vida convertida em arte, como está em um dos poemas preferidos por ela:

Tua Rainha

Rainha na tua vida

Abelha que te dá mel

Beleza da natureza

Encantando os teus dias

Saboreando-a em véus.

 

Sorriso sempre no rosto

De alegria e satisfação

De produzir tanto mel

Enlouquecendo-o de paixão.

 

De um amarelo fascinante:

Cor da alegria a dois

Mel, alegria, encanto

O resto, produzimos depois.

 

 

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