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Fátima Marinho: uma vida mesclada por vertentes culturais

Professora do CEMO agrega talentos que viram arte invadindo a alma

Publicado por: Secom, em: 10/05/19 às 12:16

Música, dança, teatro, ensino: arte. A vida de Fátima Marinho, professora do Centro de Educação Musical de Olinda (CEMO), é uma mistura, um conjunto, de talentos e paixões que formam o que ela é. E como consequência são ingredientes que transformam alunas e alunos em músicos ou musicistas.Talhados na miscelânea da cultura popular, que para ela só é completa quando inclui, transpõe as barreiras do corpo para invadir a alma. Mediar essa vivência para crianças cegas é outra missão.

Podem ser pequenos, quando ela encarna o Palhaço Pipoquinha; ou adultos, que foi como a reportagem a encontrou lecionando, no CEMO. “Entrem”, falou ao repórter e para a fotógrafa. “Venham aqui para o meio e se apresentem”, pediu, antes de explicar que tinha colocado batom só para a foto que ia ser tirada. A turma sorriu. Esse foi o clima. Ensinar, pintando ou não a boca, mas sorrindo, paciente. Com amor.

O ato de pedir para a pessoa se apresentar, de fazer parte do grupo, é um cuidado constante. Ela, no Brasil, é uma das pioneiras na produção de livros, com histórias da cultura popular, para crianças com deficiência visual. Em 2012, publicou uma fábula chamada A Pata e a Raposa. Em braile, o projeto traz a criança para dentro de um universo multiperformático, com música, teatro, dança, pintura, literatura.

Doutoranda pela Universidad Católica de Santa Fé, na Argentina, Fátima pesquisa justamente o tema da música inclusiva. “Educar trazendo para junto. Inclusão não é educar separadamente, mas cuidar da  transformação da curiosidade em aprendizado. Trabalhar assim é aprender junto com eles todos os dias” explica.

O Grupo Pipoquinha, fundado por ela, é uma Organização Não Governamental (ONG), que cuida para que essa semente seja plantada, sintetizando as referências. Pastoril, mamulengo, maracatu, frevo, boi, folclore. Sim, sem esquecer do Forró, tendo a artista sido escolhida como melhor intérprete de forró no programa do Chacrinha em 1985.

Fátima é inquieta. Como se muitas ideias e projetos estivessem sendo talhados e a altura de 1,55 não fosse suficiente para comportar a combustão cultural que se processa a todo momento.

Mãe de dois filhos, com várias obras publicadas e prêmios conquistados, ela se notabiliza pela alegria e simplicidade: “Agora vou voltar para a sala de aula, meus alunos estão esperando e poucas coisas são mais bonitas do que a vontade de aprender”, disse, concluindo a entrevista.

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