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Vacinados lembram as primeiras doses de esperança em Olinda

No dia 19 de janeiro de 2021 a Marim dos Caetés iniciou a vacinação contra a Covid-19

Publicado por: Redação Secom, em: 18/01/22 às 10:16

Por Wladmir Paulino

Maria Tereza de Lima e Alan Lima carregam muito mais do que o mesmo sobrenome – embora não sejam parentes. Ambos são técnicos de enfermagem e entraram para a história de Olinda como os primeiros vacinados contra Covid-19 na cidade, no dia 19 de janeiro de 2021. Hoje, um ano depois, ainda encontram-se na linha de frente no combate à pandemia e, cada um a seu modo, compartilha o que aprenderam durante esse período.

“A pandemia me ensinou a viver um dia de cada vez”, conta Maria Tereza, de 57 anos, 38 deles dedicados a área de saúde. Ela trabalha no Serviço de Pronto Atendimento de Peixinhos há 30 anos e o atendimento diário a pacientes com a doença a fez constatar de perto como a vida pode se esvair tão rápido. “Perdi colegas antigas para a Covid, mas, felizmente, ninguém da família”, lembra.

Apesar da exposição tão grande, ela não contraiu o vírus. Teve sintomas gripais logo no início da pandemia, ficou em isolamento, mas sem desdobramentos. No dia em que foi vacinada, vinha de um plantão bastante movimentado. “Soube que seria vacinada apenas duas horas antes. Foi um plantão bem cansativo e nem passou pela minha cabeça que estava entrando para a história”, pontuou.

Alan Lima, também técnico de enfermagem, tem 44 anos e também soube que seria imunizado poucas horas antes. Na hora não teve noção do que significava aquela agulha entrando no seu braço. “A ficha não caiu logo, mas depois que passou na televisão, muita gente começou a me ligar e a passar mensagem, foi aí que vi a importância daquele momento. Foi um sinal de esperança”, disse.

Ao contrário da colega Maria Tereza, ele teve Covid-19 duas vezes antes da vacina: em março, quando o vírus chegou ao Brasil, e novembro de 2020. Após recuperar-se da primeira vez sofreu um pouco com amnésia. Na segunda, a complicação foi a perda de olfato durante duas semanas após receber alta. “Com a pandemia aprendi que a gente precisa olhar para as pessoas com mais carinho, mais amor. A vacina foi um milagre que apareceu da ciência para mudar a escuridão em que estávamos. Antes da vacina, atendíamos até mais de 30 pessoas num plantão. Hoje são duas, três”.

GUERRA DESIGUAL

Emoções semelhantes também viveu o técnico em enfermagem Sérgio Dornelas, de 51 anos. Afinal, coube a ele a honra de ser o primeiro a aplicar uma vacina anticovid em Olinda. Ele sabia que seria um dos aplicadores alguns dias antes, pois, como atua na Rede de Frio – local onde os imunizantes são armazenados – foi comunicado que trabalharia no primeiro dia de vacinação. “Sabia que aquele gesto estava levando alegria e esperança para muita gente. Fui acometido pelo vírus, mas nunca desisti da luta, que estava muito desigual antes da vacina chegar”, conta.

Em março de 2020 Sérgio foi infectado e chegou a ficar três dias na UTI do Hospital Getúlio Vargas com suporte de oxigênio – não chegou a ser intubado. “Quando fui buscar as vacinas falei com algumas pessoas que tivessem calma porque chegaria a vez de todo mundo. Foi uma alegria muito grande”, ressaltou.

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